MUNICÍPIO DE BENJAMIN CONSTANT DO SUL

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ACERVO HISTÓRICO DIGITAL

ISAAC COSER

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Isaac Coser

Um dos primeiros moradores de Benjamin Constant, vindo de Bento Gonçalves até São Valentim, com sua esposa Ana e um filho de 2 anos. Levaram 8 dias para chegar ao local desejado, cujo nome era a Linha Franceschi, utilizando como meio de transporte a carroça puxada por burros. Ali, instalou-se, trabalhando na roça, onde tudo o que era feito, era feito a braço. Após algum tempo, veio morar em Benjamin Constant, um lugar de puro mato, sem estradas que, para chegarem, tinham que abrir trechos à facão para o cavalo poder passar, trazendo tábuas amarradas de duas em duas, de cada lado do cavalo e a cangalha que protegia. Ao chegar no lugar escolhido, preparou o chão e foi montando as estacas roliças para construir a casa, rodeando com tábuas brutas confeccionadas por ele próprio.

A vida era assim: comidas e frutas do mato, peixes, animais como veado, porco-do-mato e tatu. Utilizavam água dos rios para beber, lavar as roupas e tomar banho. Aos poucos, preparou o terreno para plantar, cultivando para seu próprio sustento. Cultivava milho, arroz e trigo. Tudo era levado ao moinho para descascar, e comiam muita canjica socada no pilão. Eram pessoas saudáveis, porque tudo era natural. Naquela época não havia escola para os filhos estudarem e nem qualquer igreja. Anos mais tarde, apareceram outros moradores, onde instalaram uma bodega na Vila Palmeira, sendo o seu proprietário o Senhor Fiorelo D’Agostini. Com o passar do tempo instalou-se um pequeno comércio, sendo o seu dono, o Senhor Ernesto Gaboardi.

Como diversão, os homens se reuniam nas casas e jogavam baralho como a Bisca, Tressette e Quatrilho aos finais de semana. A bebida que costumavam fazer era garapa. E as mulheres se reuniam e rezavam o terço e a bebida era chá feito com ervas do mato. Quando alguém falecia, alguém da comunidade fazia o próprio caixão com tábuas brutas.

Mais tarde, outro comércio foi instalado, sendo o seu proprietário o senhor Ernesto De Marco. Nessa época, a comunidade começou a crescer e mais moradores vieram como: Bernardi, Gasparetto, Gaboardi, Coser, Rampanelli, De Marco e Bertoldi. A primeira igreja foi construída em cima do morro, onde existe hoje a gruta Nossa Senhora de Lourdes. Por dificuldades em subir o morro, decidiram construir a igreja na parte baixa. E um dia de temporal houve um forte vendaval que levou todo o coberto da igreja. Então, a comunidade, com ajuda de todos, construíram a nova igreja, sendo esta a igreja atual.

Isaac era uma pessoa simples, honesto e tinha o dom de arrumar ossos das pernas. Qual fosse o problema, ele o colocava no lugar, pois não havia médicos. Dona Ana era parteira. Atendia as mulheres no parto. O casal teve 11 filhos. Isaac e Dona Ana deixaram saudades e bons exemplos para seus filhos.

Por: Nelci Coser Fávero e Reni Coser Meneghetti

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