Ernesto Gaboardi nasceu no município de Garibaldi, Rio Grande do Sul, em 24 de junho de 1910, tendo como pais Adolfo Gaboardi e Tereza Persici, ambos de origem italiana. Segundo filho de uma família de onze irmãos, migraram de Garibaldi para Anta Gorda, RS, onde residiram na Linha Bonita. De lá, se mudaram para são Valentim, RS, por volta de 1923, fixando residência na Linha Gaboardi.
Casou-se com Catarina Lermem, natural de Guaporé, nascida em 08 de maio de 1913, tendo como pais Nicolau Lermem, de origem alemã e Ema Bruschi, de origem italiana. Migraram para o município de São Valentim, RS, e passaram a morar na comunidade de São João em 08 de agosto de 1930, época em que se deu a Intentona Comunista. Pessoas que eram autoridades ou se diziam autoridades favoráveis a Intentona reuniam jovens para lutar em São Paulo, contra o comunismo, quando, na espera do transporte, em Erechim, uma senhora, não identificada, avisou-os que tudo era uma conspiração. Estes, então, fugiram a pé, pela mata, até São Valentim, sendo perseguidos, mas conseguiram se salvar.
Ernesto e Catarina casaram-se em 24 de abril de 1935, no cartório em Barão de Cotegipe, RS, sendo sua viagem feita à cavalo. Depois de casados, moraram com os pais paternos por oito anos e tiveram os dois filhos mais velhos, Fioravante e Ventalino. Após esse tempo, fixaram residência em Benjamin Constant, onde tiveram os filhos Valdimir, Jurema, Zaira, Nilza, Lidia, Ieda e Dionedes. Nos primeiros anos se dedicaram a lavoura, onde plantavam milho, trigo, linhaça, e produtos para o consumo da família. Catarina, por alguns anos, exerceu a profissão de professora. Naquela época era difícil encontrar alguém para trabalhar no processo de ensino-aprendizagem. Mais tarde passaram a exercer a atividade comercial, tendo como sócio o senhor Maximino Bertoldi, seu cunhado.
Viver no passado era extremamente difícil. O transporte dos produtos era feito à carroça, com terno de cinco mulas e uma tropa de burros e mulas. Para proteger o produto, usavam as bruacas, feitas de couro. Os produtos eram transportados até Erechim, onde eram comercializados.
Anos mais tarde, adquiriram um caminhão Ford com janelas de lona. A aquisição desse caminhão facilitou o transporte de grãos e também era utilizado para ir à missa aos domingos, até São Valentim, cuja paróquia ficava a 12 quilômetros.
Ernesto Gaboardi desempenhou diversas funções. Era o comerciante e ao mesmo tempo o açougueiro da comunidade. Homem dedicado e preocupado, sempre esteve pronto a atender e ajudar a quem necessitasse do seu auxilio, sempre zelando pelo bem-estar das pessoas e pelo progresso da comunidade. Cedeu para a comunidade da época o terreno para a construção do campo de futebol, onde hoje se localiza a casa dos idosos e o ginásio municipal. Também, em suas terras, hoje estão localizadas algumas das mais importantes repartições públicas do município: Igreja Matriz, Prefeitura Municipal, Escola Estadual, Escola Municipal, Creche e Unidade de Saúde.
Por fim, foi homenageado, sendo seu nome atribuído à principal avenida: Avenida Ernesto Gaboardi. Deixou, juntamente com sua esposa, Catarina, exemplos de honestidade, humildade, doação, fraternidade, respeito e crença em Deus, à sua família e à comunidade.
Por Nilza Gaboardi Paniz. (filha)
